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Festival de Comida Preta celebra ancestralidade e fortalece cultura em Divinópolis
Segunda, 01/09/2025
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A Prefeitura de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc), realizou no último domingo (31/8), no Complexo Usina Gravatá, o 1º Festival de Comida Preta. O encontro reuniu centenas de pessoas em torno de comidas típicas, apresentações culturais e rodas de conversa que exaltaram a força da ancestralidade e da cultura preta no município.
Logo na abertura, uma roda de conversa trouxe reflexões profundas sobre comida, pertencimento, religião e família. A historiadora e arte-educadora Fátima Gonçalves, a carismática e influente “Mãe Fatão”, falou sobre a importância da receptividade e da partilha para os povos negros. “Nós estamos muito mais para servir, cuidar e orientar, do que para ‘reinar’ com o almoço do dono ou dos educados da paisagem. A gente reúne a família toda para preparar esse alimento. A gente reza junto, tem muito cuidado ao manusear, pensa no que vai cozinhar e se preocupa em receber bem quem chega. Sentamos à mesa garantindo que todos sejam bem alimentados”, destacou Fatão, emocionando o público.
A mãe de santo Reisla, iniciada no Candomblé, reforçou a relação de respeito e espiritualidade com a comida. “Lá em casa, a comida é sagrada. Tudo o que passamos no Candomblé é aproveitado. Nós comemos com os olhos, precisamos preparar tudo com amor e carinho para alimentar bem os nossos”, afirmou.
A nutricionista Ana Paula, mulher preta, lembrou que o ato de se alimentar vai além do prato, trazendo consigo memórias e significados. “Nós perdemos a sacralidade de comer juntos, como antigamente. Precisamos parar o momento para preparar a comida com nossas famílias e filhos. O que estamos ensinando hoje às crianças será a memória que carregaremos no futuro”, disse.
Ela acrescentou ainda a importância de cultivar e preservar esses saberes. “Guardemos com carinho os saberes ancestrais. Além de salvar a coletividade, em qualquer lugar do mundo haverá sentido e proteção no alimento, seja ela de carne ou espiritual”, refletiu.
Para Agatha Nelise de Castro Jesus, da organização do evento, o festival simbolizou um marco para o fortalecimento das práticas coletivas já vivenciadas em grupos locais. “É muito emocionante, porque significa fortalecer o que já fazemos todos os dias juntos. Agora podemos compartilhar com mais pessoas como celebramos a alimentação e a união. Acredito que este festival vai nos tornar uma grande família, expandindo para toda Divinópolis o que já vivíamos no entorno da Mãe Fatão”, disse.
Cultura, infância e arte lado a lado
O evento contou ainda com o espaço EducaKids, onde crianças foram estimuladas a despertar o interesse pela culinária e a manter viva a tradição afro-mineira. Após o almoço especial gratuito — que serviu pratos como feijoada e galinhada — o público acompanhou a apresentação cênica do grupo Trupe Boba, com a peça Matri.
O encerramento ficou por conta do show “Samba de Preto Velho”, do artista Sérgio Pererê, que levantou o público com música e emoção.
O Festival de Comida Preta não se limitou a um cardápio típico: foi um espaço de memória, resistência, oralidade e celebração da cultura. Mais do que enaltecer sabores, o evento reafirmou a importância de manter vivas as tradições e fortalecer a autoestima da população preta em Divinópolis.
Ao promover essa iniciativa inédita, a Prefeitura de Divinópolis reforça seu compromisso em valorizar a diversidade cultural e fomentar ações que unem gastronomia, identidade e pertencimento.
“Com o Festival de Comida Preta, damos um passo importante para reconhecer e valorizar as raízes que formam nossa identidade cultural. A comida não é apenas alimento: é memória, é resistência, é um elo que conecta gerações e histórias. Ao realizar essa iniciativa inédita, a Prefeitura reafirma seu compromisso com a diversidade e com a promoção da igualdade racial, criando espaços onde tradições são preservadas e celebradas com orgulho. Queremos que Divinópolis seja um território de pertencimento, onde cada cidadão se sinta representado e respeitado em sua cultura”, destacou o secretário Municipal de Cultura, Mardey Russo.
Logo na abertura, uma roda de conversa trouxe reflexões profundas sobre comida, pertencimento, religião e família. A historiadora e arte-educadora Fátima Gonçalves, a carismática e influente “Mãe Fatão”, falou sobre a importância da receptividade e da partilha para os povos negros. “Nós estamos muito mais para servir, cuidar e orientar, do que para ‘reinar’ com o almoço do dono ou dos educados da paisagem. A gente reúne a família toda para preparar esse alimento. A gente reza junto, tem muito cuidado ao manusear, pensa no que vai cozinhar e se preocupa em receber bem quem chega. Sentamos à mesa garantindo que todos sejam bem alimentados”, destacou Fatão, emocionando o público.
A mãe de santo Reisla, iniciada no Candomblé, reforçou a relação de respeito e espiritualidade com a comida. “Lá em casa, a comida é sagrada. Tudo o que passamos no Candomblé é aproveitado. Nós comemos com os olhos, precisamos preparar tudo com amor e carinho para alimentar bem os nossos”, afirmou.
A nutricionista Ana Paula, mulher preta, lembrou que o ato de se alimentar vai além do prato, trazendo consigo memórias e significados. “Nós perdemos a sacralidade de comer juntos, como antigamente. Precisamos parar o momento para preparar a comida com nossas famílias e filhos. O que estamos ensinando hoje às crianças será a memória que carregaremos no futuro”, disse.
Ela acrescentou ainda a importância de cultivar e preservar esses saberes. “Guardemos com carinho os saberes ancestrais. Além de salvar a coletividade, em qualquer lugar do mundo haverá sentido e proteção no alimento, seja ela de carne ou espiritual”, refletiu.
Para Agatha Nelise de Castro Jesus, da organização do evento, o festival simbolizou um marco para o fortalecimento das práticas coletivas já vivenciadas em grupos locais. “É muito emocionante, porque significa fortalecer o que já fazemos todos os dias juntos. Agora podemos compartilhar com mais pessoas como celebramos a alimentação e a união. Acredito que este festival vai nos tornar uma grande família, expandindo para toda Divinópolis o que já vivíamos no entorno da Mãe Fatão”, disse.
Cultura, infância e arte lado a lado
O evento contou ainda com o espaço EducaKids, onde crianças foram estimuladas a despertar o interesse pela culinária e a manter viva a tradição afro-mineira. Após o almoço especial gratuito — que serviu pratos como feijoada e galinhada — o público acompanhou a apresentação cênica do grupo Trupe Boba, com a peça Matri.
O encerramento ficou por conta do show “Samba de Preto Velho”, do artista Sérgio Pererê, que levantou o público com música e emoção.
O Festival de Comida Preta não se limitou a um cardápio típico: foi um espaço de memória, resistência, oralidade e celebração da cultura. Mais do que enaltecer sabores, o evento reafirmou a importância de manter vivas as tradições e fortalecer a autoestima da população preta em Divinópolis.
Ao promover essa iniciativa inédita, a Prefeitura de Divinópolis reforça seu compromisso em valorizar a diversidade cultural e fomentar ações que unem gastronomia, identidade e pertencimento.
“Com o Festival de Comida Preta, damos um passo importante para reconhecer e valorizar as raízes que formam nossa identidade cultural. A comida não é apenas alimento: é memória, é resistência, é um elo que conecta gerações e histórias. Ao realizar essa iniciativa inédita, a Prefeitura reafirma seu compromisso com a diversidade e com a promoção da igualdade racial, criando espaços onde tradições são preservadas e celebradas com orgulho. Queremos que Divinópolis seja um território de pertencimento, onde cada cidadão se sinta representado e respeitado em sua cultura”, destacou o secretário Municipal de Cultura, Mardey Russo.