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16/02/2021

Carnaval em Retrato

CONTEXTO HISTÓRICO DO CARNAVAL DE DIVINÓPOLIS:

 

A HISTÓRIA DO CARNAVAL

Segundo registros oficiais as primeiras manifestações da “Festa de Momo” na cidade, são datadas de 1910, período em que não havia acontecido o processo de emancipação do município, ainda era Arraial do Divino Espírito Santo. Conforme os registros, o 1º Cordão Carnavalesco, o “Entrudo”, foi organizado pelo vice-presidente da Câmara Municipal, Adolpho Machado,período em que os moradores se divertiam no Carnaval em batalhas de água com limão e farinha de trigo. O Bloco Primavera, de Adolpho Machado, formado pelas moças do Largo da Matriz, músicos como a família do Bigode, desciam cantando do Largo pelas ruas que nem eram calçadas, acompanhados pela população de acordo com as lembranças dos mais antigos foliões.

Nos anos 20 e 30, surgiu o Bloco XPTO, inspirado nos carnavais do Rio de Janeiro e Juiz de Fora, de onde vieram seus organizadores, era o bloco que puxava os cordões carnavalescos na época. Novos Blocos Carnavalescos também tornam-se destaque nas ruas, tais como: Bloco Catalão, Bloco do Guarani, Bloco Clube Mineiro, Bloco Rancho do Roxo Apaixonado (Niterói), Bloco do Mário e a Jazz Band “Os Santinhos”, que atuou até o ano de 1936.

 

BOI DO SABINO

O Bloco do Sabino é presença marcante nos carnavais de 1922 a 1945. Sabino era músico, sanfoneiro e criou um boi de tecido que vinha à frente dançando e dando investidas contra os foliões. Enquanto os foliões cantavam os versos compostos pelo alfaiate “Candinho”, o Boi atiçava a curiosidade de uns e metia medo em outros. Sabino era a marca registrada do bloco, foi reconhecido como o mais ativo carnavalesco no ano de 1945.  Nesse mesmo ano, Sabino sofre uma investida do seu próprio Boi, que tinha Vicente Papelão no comando (vestindo), bate com a cabeça e é levado para um Hospício na cidade de Barbacena onde falece e enterrado como indigente.

 

O REINADO DE MOMO

Em 1935 Halim Souk tipicamente trajado e esbanjando simpatia, foi coroado Rei Momo e o fato mais interessante é que a sugestão para a escolha da Rainha do Carnaval partiu dele, e a escolhida foi Hilda Gomes Guimarães, que viria mais tarde a ser sua esposa.

Os sucessores foram Tio Nelson Pelegrino (eterno Rei Momo), José Antônio Mimoso e Antônio Carlos Baleia. Destacamos também, nas décadas de 1960 e 1970, a absoluta e eterna Rainha do Carnaval, Ana Pera, socialite que esbanjava charme ao sabor das marchinhas e frevos, tinha Jorge Miranda Coelho e o maestro Ivan Silva como seus promoters de musa.

 

DO BLOCO “ORIGINAL” AO GRÊMIO RECREATIVO “ESCOLA DE SAMBA TUPY”

Outro destaque que surgiu em 1947 foi o Bloco Original, e que no ano de 1952 tornou-se o Grêmio Recreativo Escola de Samba Tupy, comandado pelo casal baluarte do samba, Nonô (Antônio Venâncio Rosa) e Dona Oralda Rosa, sendo o grupamento carnavalesco mais antigo e perseverante da história do carnaval local, tendo mais tarde a adesão e colaboração de Ivan Silva. Em seu primeiro carnaval a Escola de Samba Tupy desfilou com três carros alegóricos (um violão de 12 metros e um navio de 10 metros) em homenagem a Lupicínio Rodrigues.

No início dos anos 70, surgiram várias escolas de samba e blocos: GRES Metralhas, GRES Unidos do Divino, GRES Império do Novo Mundo, GRES Andorinhas da Serra, GRES Carrascos, GRES Acadêmicos de Santa Cruz, GRES Unidos do Guarani, GRES Estrela do Oeste Clube, GRES Monte Líbano, GRES Unidos da Vila e Bloco Carnavalesco Pingo D’água, Gaiola das Loucas, Balaio de Gato.

O último desfile do Carnaval de Rua de Divinópolis aconteceu em 2001. Desfilaram as seguintes escolas de samba: GRES Unidos do Porto/PV (3º lugar); GRES Unidos do Guarani/Santa Clara (4º  lugar); GRES Caprichosos de São Vicente/Alto São Vicente (2º  lugar) e a GRES Acadêmicos de Santa Cruz/São João de Deus ficou em primeiro lugar.

Recentemente a cidade começou a sentir essa tradição retornar, com as aglomerações e desfiles de blocos de arrastão pelas ruas da cidade no primeiro final de semana que antecede o carnaval oficial, o Pré Carnaval do Divino, incentivando o turismo cultural e de eventos, negócios, gastronomia, hospedagem. São Blocos de Arrastão, trios elétricos, shows musicais em diversos pontos da cidade com muitos turistas, ritmo, alegria e segurança.

O contexto histórico cultural carnavalesco de Divinópolis permite que haja um resgate dessa festividade popular, onde o objetivo é promover a tradição, tornando referência no Estado de Minas Gerais, contribuindo para o desenvolvimento turístico da cidade.